31 de março de 2011

(Khalil Gibran)



Quando o amor acenar, siga-o
ainda que por caminhos ásperos e íngremes.
E quando suas asas o envolverem, renda-se a ele,
ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.
 
E quando ele falar de você, acredite no que ele diz,
ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos,
assim como o vento norte devasta o jardim.
 
Pois, se o amor coroa, ele também crucifica,
se o ajuda a crescer, também diminui.
Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais tenros 
que tremem ao Sol, também o faz descer às raízes
e abala sua ligação com a terra.
 
Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.
Debulha-o até deixá-lo nu.
Transforma-o, livrando-o sua palha.
Tritura-o, até torná-lo branco.
Amassa-o, até deixá-lo macio e, então, submete-o ao fogo 
para que se transforme em pão,
no banquete sagrado de Deus....
 
Todas essas coisas pode o amor fazer para que você
conheça os segredos de seu coração e,
com esse conhecimento, se torne um fragmento do coração da vida!
 
(Khalil Gibran)

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