1 de março de 2022

Amor dói?

 


Amor dói? Não. O que dói é o nosso pouco entendimento do amor, o conceito inocente que possuímos de que amar é um” mar de rosas”.

Amar não é dolorido. Dolorido mesmo é a nossa ridícula incapacidade de experimentar o amor do jeito que ele é. Dolorido é perceber que o amor não se adapta ao formato de nossas egoístas necessidades. 

O amor não é complicado. Complicado é desfazer de todas as caricaturas de amor que aprendemos desde cedo. 

A duração do amor não casa necessariamente com o nosso entendimento de eternidade.

O amor pode ser eterno e intenso enquanto ele desejar e tiver motivação para isso. Se durou vinte anos, um ano, alguns meses, essa é a eternidade que o amor suportou. O tempo do amor não combina com o nosso relógio.

O amor não escolhe aparência. O nome disso é atração visual. O amor, escolhe o amor.

Amor não é concordância, obediência, resignação, destemperança. Amor é revolução, transformação, ressignificação, equilíbrio e harmonia. 

O amor não possui conceitos e tampouco respeita nossa opinião. Quem conceitua, limita, distorce, inventa, somos nós. 

Amor é livre, largo, abastado, intenso, periférico. O amor vai longe.

O amor não é troco, nem moeda sem valor. É o saldo que ficou guardado para dar como aval insubstituível e incontestável à nossa existência, antes sem graça.

O amor, em uma palavra é vida, uma frase, poesia, um parágrafo, ponte, um texto, oceano, um livro- mundo. O amor é tudo aquilo que ainda não sabemos e precisamos aprender.

 

_______________Ita Portugal ____________________

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